ESPECIAL TUF BRASIL: Voltando à realidade – as dificuldades pós-show

Lutadores das duas edições do programa contam como andam suas carreiras após a experiência de atuar na casa

Wanderlei e Sonnen serão os treinadores do TUF Brasil 3. Foto: Divulgação

Wanderlei e Sonnen serão os treinadores do TUF Brasil 3. Foto: Divulgação

A experiência de participar das edições anteriores do The Ultimate Fighter Brasil é algo marcante na vida de um atleta. A euforia por entrar na casa foi tema da primeira reportagem especial do SUPER LUTAS. Porém, após o término da temporada do reality show, os lutadores precisam encarar a dura realidade no cenário do MMA.

Alguns dos participantes das edições do programa recebem a chance de continuar no UFC ou em outros eventos de destaque. Contudo, muitos outros acabam não sendo aproveitados pela organização, e, consequentemente, precisam se reposicionar no mercado.

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Segundo os três participantes do TUF Brasil entrevistados pelo SUPER LUTAS, nem mesmo a exposição em televisão aberta foi suficiente para garantir uma vida financeiramente saudável na continuidade de suas carreiras.

Vina (esq.) participou do TUF Brasil 1. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC

Vina (esq.) participou do TUF Brasil 1. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC

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Marcos Vinícius “Vina”, participante do TUF Brasil 1, não consegue se manter financeiramente sendo exclusivamente um atleta profissional de MMA. “Eu queria poder viver só do esporte, levantando de manhã sem me preocupar em pagar conta ou correr atrás de patrocínio. Mas, infelizmente, eu ainda sofro com isso. Tenho que dar aula, treino, dou aula de novo”, descreveu o paranaense. “Nesse ponto, o TUF não fez muita diferença. E isso funciona tanto para patrocínio como para eventos. Não se pagam bolsas boas aqui no Brasil. É complicado. A galera do Brasil pensa em ganhar dinheiro em vez de repassar para os atletas. Os eventos querem pagar R$ 2 mil, R$ 3 mil para os atletas lutarem… Aí é complicado”, continuou.

Para ele, a falta de apoio financeiro foi um dos fatores que o fizeram ter uma passagem apagada pelo UFC. Em três lutas realizadas, Vina sofreu duas derrotas, sendo duas delas por nocaute ou nocaute técnico. “Quando você está em um grande evento, você precisa ter especialistas em todas as áreas para te ajudar. E quando você não tem isso, é complicado. Eu tenho força de vontade, tenho material humano, mas me falta apoio para chegar lá e fazer o meu papel. Acho que esse foi um fator chave para mim”, apontou.

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“Se você não está no UFC, dificilmente vai conseguir viver bem”, diz Jambo

Participante da equipe de Rodrigo Minotauro no TUF Brasil 2, Thiago “Jambo” Gonçalves não foi reaproveitado pelo UFC. Ele foi derrotado por Viscardi Andrade nas oitavas-de-final do programa – o próprio lutador considera sua participação como “fraquíssima”. No entanto, Jambo conseguiu se recolocar no cenário internacional do MMA, atuando no evento japonês Pancrase.

Justamente por isso, o lutador consegue se manter financeiramente como atleta profissional, embora passe por dificuldades. “Vivo da luta, mas muito mal. Já era assim antes do TUF. Lutador brasileiro luta para pagar as contas, e, se você não estiver no UFC, dificilmente vai conseguir viver bem e exclusivamente da luta recebendo o que os eventos nacionais pagam”, comentou.

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Para ele, o único benefício que sua participação no TUF pode ter trazido para sua carreira foi justamente a assinatura com o Pancrase. “A única coisa que pode ter me ajudado foi na hora de fechar minha luta no Japão, mas, tirando isso, nada mudou. Continuo como a maioria dos lutadores brasileiros. Minhas bolsas não aumentaram”, constatou.

“Ser um ex-TUF aumenta a responsabilidade do lutador”, constata Macarrão

Macarrão (dir.) fez apenas uma luta no UFC. Josh Hedges/Zuffa LLC

Macarrão (dir.) fez apenas uma luta no UFC. Josh Hedges/Zuffa LLC

Leonardo Macarrão, participante do TUF Brasil 1, até viu uma pequena diferença em suas bolsas após sua saída da casa. Entretanto, isso também acaba trazendo responsabilidades extras. “Tem os dois lados da moeda. Você recebe mais para lutar, porém tem a responsabilidade de se preparar cada vez melhor para não fugir das expectativas, e isso eleva demais os gastos se preparando para lutar”, afirmou.

No UFC, Macarrão teve a oportunidade de atuar somente uma vez, sendo derrotado por Thiago Bodão no mesmo dia em que a final do TUF foi realizada. Fora da casa, porém, o lutador vem mostrando um desempenho consistente, com quatro vitórias em eventos brasileiros diferentes, todas por nocaute ou nocaute técnico. Mesmo assim, a situação financeira também não é fácil para ele. “Graças a Deus eu sempre tive o respaldo para viver da luta, porém eu não vivo só disso”, contou. “Dou aula particular na clínica Paris, que também é minha patrocinadora.”

Na terceira e última parte do ESPECIAL TUF BRASIL, os ex-participantes comentam seus atuais momentos e revelam seus planos e expectativas para o futuro. Não perca!

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