Após vitória no UFC, israelense é convocado para servir exército na Faixa de Gaza

Noad Lahat contou que tensão pelo conflito entre Israel e Palestina prejudicou sua preparação para luta contra Steven Siler

N. Lahat (foto) em entrevista após o UFC on FOX 12. Foto: Reprodução

N. Lahat (foto) em entrevista após o UFC on FOX 12. Foto: Reprodução

Nem mesmo a vitória sobre Steven Siler na abertura do card preliminar do UFC on FOX 12, no último sábado (26), pode trazer de volta a tranquilidade ao israelense Noad Lahat. Embora se trate de um alento, o triunfo no octógono acabou ficando em segundo plano diante da preocupação do lutador com sua família, que se encontra em meio ao conflito entre Israel e Palestina, e de sua volta para casa, onde servirá ao exército na Faixa de Gaza. Lahat afirmou não gostar de fazer parte da guerra, mas destacou que se sente no dever de proteger seus familiares.

“Não houve dúvidas. Minha unidade me chamou e disse: ‘esteja pronto’. Se não fosse essa luta, não importaria se tivessem me chamado ou não, eu preciso voltar para casa porque só de pensar na minha avó… Ela tem mais de 80 anos de idade e teve 15 segundos para correr e achar um abrigo. Minha avó… E eu estou aqui a salvo. Não devia ser assim, eu deveria estar lá ajudando-os”, disse o atleta logo após a vitória. “Não é divertido, eu odeio cada segundo disso. Não estou fazendo porque adoro isso, eu odeio ir (para a guerra). Eu odeio usar o uniforme, odeio pegar em armas… Não é divertido ter alguém atirando em você, mas é algo que você tem que fazer. Não dá para te dizer o quanto eu odeio fazer isso, ainda tem que comer aquela comida horrorosa. O que eu amo é treinar e lutar no cage”, completou.

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Apesar da vitória por decisão unânime dos juízes, o peso pena ainda revelou que teve uma de suas piores preparações para o duelo contra Siler, devido a apreensão pela situação em seu país-natal. “Nos últimos dois meses, eu não dormi nenhuma noite inteira. Acordava toda hora para ver se eu tinha recebido mensagens, se minha família havia me ligado, se meus amigos do exército tinham ligado. Não tive mais de duas horas seguidas de sono. Ia para a academia, ficava cansado e tinha que fazer sparring porque tinha uma luta vindo. Mas este foi o pior camp que já tive, de longe. Foram os piores dois meses que já tive. Eu não conseguia nem me concentrar nisso. Eu acordava toda manhã, ia pra frente do computador e falava com minha família, aí eu percebia que estava atrasado para o treino e tinha que correr. A única hora que eu livrava minha cabeça disso era na academia, treinando. Mas, mesmo lá, quando eu ia para a academia, até eu entrar, a única coisa na minha cabeça era minha família, meus amigos e meu país”, afirmou.

A mais recente escalada de violência entre Israel e Palestina teve início no último mês de junho, quando três jovens de origem israelense desapareceram na Cisjordânia. Os adolescentes foram encontrados mortos semanas depois e seus assassinatos foram ligados pelo governo de Israel ao grupo islamita Hamas. Um dia depois, um jovem de origem palestina foi sequestrado e queimado vivo em Jerusalém Oriental. A partir daí se instalou um conflito intenso na região da Faixa de Gaza, que pertence à Palestina e é limítrofe à Israel. Desde então, até esta segunda-feira (28), o saldo de vítimas já chega a mais de mil pelo lado palestino, em sua maioria civis, e outras 42 por parte de Israel, em sua maioria militares.

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