Esquiva Falcão enaltece boxe brasileiro e analisa sua próxima luta, que pode levá-lo ao cinturão mundial

Medalhista olímpico, pugilista fala com exclusividade ao SUPER LUTAS sobre momento do esporte e prevê grandes feitos nos próximos anos

Medalhista olímpico e um dos grandes nomes na história recente do boxe brasileiro, Esquiva Falcão vive o melhor momento em sua carreira. Promessa no esporte, o atleta falou com exclusividade ao canal no YouTube do SUPER LUTAS sobre a realidade do pugilismo no país, apontou destaques e conversou sobre sua expectativa para a disputa de um cinturão mundial. O lutador também desabafou sobre dificuldades vividas durante a pandemia.

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Invicto em sua trajetória no boxe profissional, com 28 triunfos, Esquiva carrega consigo a responsabilidade de reerguer a modalidade para os fãs brasileiro. Hoje, o capixaba é um dos favoritos para elevar o pugilismo no país, conquistando um título mundial na ‘nobre arte’.

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Dificuldades na pandemia

Segundo colocado nas Olimpíadas de Londres, Esquiva acabou sofrendo diretamente com os danos econômicos influenciados pela pandemia da Covid-19. Preocupado com a situação financeira da família, o lutador chegou a cogitar vender a medalha de prata conquistada nos jogos de 2012. À época, o atleta foi notícia ao precisar vender mini pizzas para completar a renda mensal.

“A pandemia veio ‘quebrando’ todo mundo. Foi um choque muito forte e, para mim, não foi diferente. Eu fiquei muito tempo sem lutar no boxe profissional. Fiz uma luta no início do ano (2020) e outra no final. Eu não ganho por mês. Naquela época, eu não tinha patrocínio, não tinha nada. Pensei: ‘a melhor oportunidade vai ser vender a medalha’. Eu amo a minha medalha, mas não consigo ver o prato do meu filho vazio. (…) Saíram algumas matérias falando que estávamos falidos. Não estava falido, mas prevenindo para o pior”, disse Falcão.

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Falta de incentivo no esporte

Defensor de maiores investimentos no esporte brasileiro, Esquiva não se ateve apenas a falar de sua modalidade. Para o lutador, é necessário que haja um suporte aos talentos do país, que podem render grandes alegrias aos atletas e, consequentemente, aos fãs.

“Não é só no boxe. Existem vários esportes no Brasil que precisam de incentivo, reconhecimento. Eu, como medalhista olímpico, achei que as coisas mudariam bastante. (…) Mudou, mas em dinheiro, é bem difícil arrumar patrocínio e manter. (…) O atleta que vê minha situação, pedindo socorro naquele tempo, precisa de incentivo. Quem olha aquilo, fica até com medo de entrar na ‘nobre arte”, desabafou.

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Momento do boxe brasileiro

Mesmo com a falta de investimentos, Falcão é otimista quanto ao futuro do boxe brasileiro. Apontando destaques na modalidade, o lutador vê com bons olhos a possibilidade de conquistas nos próximos anos.

“É um momento muito bom. Temos grandes nomes. Temos Robson (Conceição), medalhista de ouro (Olimpíadas do Rio de Janeiro), eu, meu irmão, Yamaguchi (Falcão), Patrick Teixeira. O boxe no Brasil, hoje, está em alta. Não temos apenas uma promessa. Temos atletas que podem conquistar cinturões. 2021 e 2021 serão anos de cinturões mundiais”, afirmou.

‘Boxe perdeu espaço para o MMA’

Otimista quanto ao futuro do boxe, Falcão falou sobre a perda de espaço do esporte nos últimos anos. Mostrando conhecimento sobre o assunto, o capixaba relacionou a ‘queda’ da ‘nobre arte’ com a ascensão do MMA, que passou a ganhar mais adeptos, no Brasil, no início dos anos 2000.

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“O boxe ficou na mídia quando o Popó foi campeão do mundo. Teve o Maguila e, depois, veio o Popó. Teve um período muito grande sem títulos mundiais, em Olimpíadas. Em 2012, surgiram os ‘Irmãos Falcão’ e Adriana Araújo. Em 2016, surgiu o Robson Conceição. O boxe perdeu espaço por causa desse tempo muito longo de conquistar resultados importantes. O MMA entrou no tempo certo, quando o boxe não era mais falado e o UFC conseguiu encaixar ali seis, sete campeões do mundo do Brasil. Conseguiram encaixar, jogar na TV. O boxe, agora, tem que lutar novamente para reconquistar seu espaço na TV”, disse.

Falcão: mais perto do título

Na condição de ser um dos responsáveis por tentar trazer grandes conquistas no boxe brasileiro, Falcão está próximo de uma luta que pode alçá-lo à sua sonhada e aguardada disputa de um título mundial na IBF (Federação Internacional de Boxe). Em 28 de agosto, o capixaba, número cinco no ranking dos médios (até 72,5kg.), enfrentará o alemão Patrick Wojcicki. O duelo é considerado uma eliminatória e o vencedor poderá lutar pelo cinturão da categoria.

“Eu estava em casa treinando, sem luta prevista. Meu empresário me ligou e disse que eu faria a eliminatória pelo cinturão mundial. Eles (IBF) querem que você lute contra o número um e, ganhando, vai lutar contra o ‘Triplo G’ (Gennady Golovkin), que é o campeão da categoria. Agora, não é mais conversa. É sério. Vou vencer essa luta e, depois, vou enfrentar o ‘Triplo G’, um dos mais duros da categoria. Tenho todas as chances de ganhar dele. Sou duro, estou bem preparado. Estou trenando duro aqui nos Estados Unidos, treinando com campeões mundiais. Um treinador me falou: ‘Esquiva, essa é a luta da sua vida. A maior oportunidade. Não pode deixar escapar’. Sei que vai ser difícil. A luta é prevista para acontecer na Alemanha, na casa do adversário. Vou chegar lá, vencer, trazer o resultado para o Brasil e preparar para o campeão mundial”, encerrou.

Histórico dos atletas

Aos 31 anos, Falcão se encaminha para sua 29ª apresentação como profissional no boxe. Nunca derrotado na modalidade, Esquiva não se apresenta desde fevereiro, quando nocauteou o russo Artur Akavov.

Na modalidade desde 2015, Patrick Wojcicki irá para seu 17º compromisso. O alemão, de 30 anos, que também não sabe o que é perder na ‘nobre arte’, tem 15 vitórias e um empate.

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