Além do MMA – Livinha Souza tira as luvas e faz duro desabafo com críticas ao governo Bolsonaro: ‘Jamais vou me calar’

Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, a ex-campeã do Invicta FC mostrou que lutadores podem e devem ter pensamento crítico

Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, L. Souza (foto) mostrou que não tem medo de se posicionar (Foto: Instagram/LivinhaUFC)

O UFC Las Vegas 41, que acontece neste sábado (23), conta com sete representantes brasileiros no card. Uma delas é Livinha Souza, ex-campeã do Invicta FC, que chama atenção dentro e fora do octógono.

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Quem acompanha Livinha Souza através das redes sociais pode ficar por dentro não apenas da rotina da lutadora no esporte, mas também de seus pensamentos e posicionamentos a respeito de diversos assuntos, inclusive alguns considerados “tabus” entre muitos atletas. Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, Livinha mostrou que não tem medo de se posicionar e que lutadores e atletas em geral podem e devem ter pensamento crítico.

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“É muita Barbie e muito bonequinho de plástico tatuado trocando porrada e falando m****, né? Não interessa quem você é, se você ganha ou perde. Interessa o seu legado. Muitos campeões do UFC já foram esquecidos. Acho que nós temos a voz, temos a oportunidade de passar uma mensagem para diversas pessoas. Eu jamais vou me calar. Na situação que estamos vivendo, de fome, doença, calamidade no país inteiro. Vem gente ainda defender essa p*** aí? Não posso corroborar com isso”, disparou a lutadora.

Críticas ao governo Bolsonaro: ‘está acumulando uma pilha de m**** e tem gente aplaudindo’

Um dos posicionamentos que Livinha Souza deixa claro em suas redes sociais é em relação à política. A lutadora não mediu palavras para falar o que pensa a respeito do governo Bolsonaro e questionou as motivações dos colegas de profissão que defendem o atual presidente da República.

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“As pessoas têm que aprender que ídolos do esporte podem não ser estudados, podem não ter nível intelectual para falar sobre. São pessoas famosas apenas na luta e às vezes nem de luta entendem. Eu luto e não entendo de luta. Faço a minha. Agora, você exaltar um cara que nem o presidente da República, que está fazendo o que está fazendo? São números. Contra números não há argumentos. Não estou nem falando da personalidade, que também é um idiota que não deve nem ter estudado. Em 200 anos de parlamento passou um projeto? Trabalho é resultado. Se eu chegar no UFC e tomar dez porradas em dez lutas, sou mandada embora. O cara está acumulando uma pilha de m**** e tem gente aplaudindo. Só que vocês esquecem um detalhe: são pessoas bem de vida. Pessoas que chegam aqui no UFC e ganham 400, 500 mil reais. Quem de vocês ganha isso? Eu não ganho. Aí é fácil falar que tudo está maravilhoso, não sair da porta do loftzinho, piscininha, treininho, suplementinho, patrocininho, roupinha bonita, mãe e pai de família. E a rapaziada que está dando a cara na rua? Que querendo ou não dá seu emprego porque assiste essa p**** aí? Por isso que eu não estou nem aí. Pode ser a maior estrela do UFC, eu quero que se f***. Estamos falando de política, não de UFC. Se é pra botar a história no UFC, parabéns, você é um zero como cidadão e um grande atleta, parabéns. Esse é o seu legado”

‘Sua carreirinha de m**** no UFC é maior que uma vida?’

Livinha Souza revelou que, assim como a maioria dos atletas, recebe orientação para evitar assuntos considerados polêmicos. Para ela, no entanto, defender seus ideais, princípios e convicções deveria ser mais importante do que “colocar mais dinheiro no bolso já recheado”.  A “Gângster Brasileira”, apelido que usa nas lutas, opinou que é a falta de posicionamento que faz o Brasil ter menos ídolos do que antigamente.

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“Hoje em dia a gente tem muita orientação para não se posicionar. Até quem me ajuda nas redes sociais, um beijo para a Vanessa, sempre me pede para não entrar nessas brigas. Mas é verdade, às vezes as pessoas preferem manter um patrocínio, colocar mais dinheiro no bolso já recheado do que realmente mostrar sua indignação e fazer as pessoas se identificarem com o que você diz. Cada um escolhe seu caminho. Cada um tem um preço, um valor. Tenho meus princípios e minhas convicções, independente de dinheiro. Dinheiro nunca me fez. Nunca tive. Agora que tenho um pouquinho, não faz minha cabeça, sei que é passageiro. Mas isso tudo vai perdurar. Muita gente morreu, e aí? Sua carreirinha de m**** no UFC é maior do que uma vida? Legal, parabéns se você pensa assim. Isso nos diz quem são os ídolos brasileiros e por que não temos tantos ídolos hoje. Cada um pensa o que quer. O que não podemos deixar de pensar é na condição financeira que essas pessoas têm. Aí não preciso falar mais nada”

‘O coletivo é maior que nós’

Outra pauta abertamente defendida  por Livinha Souza nas redes sociais é a da legalização da maconha para uso medicinal e recreativo. A atleta, no entanto, afirma que pautas de interesse coletivo como saúde, educação e infraestrutura pública precisam sempre ser prioridade e lamentou o individualismo presente na sociedade.

“O coletivo é maior que nós, não adianta. Eu prezo pela legalização da maconha, mas entre legalizar a maconha e melhorar hospital, a condição pública, infraestrutura, vou querer fumar maconha? Vocês são loucos? Infraestrutura, comida, educação são prioridades. Só que a gente vive em um mundo muito individual, cada um pega o seu celular, vive sua vida, fica dentro de sua casa e é isso. Cada um, cada um”, finalizou a lutadora.

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Livinha Souza entra em ação neste sábado (23), quando enfrenta Randa Markos no card preliminar do UFC Las Vegas 41, em duelo válido pela divisão peso palha (até 52, 1 kg).

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