Rodolfo Vieira fala sobre a sua evolução na trocação e projeta duelo contra Wellington Turman no UFC 270

Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, o lutador brasileiro falou sobre a importância do novo treinador em seu treinamento e sobre suas expectativas para 2022

Pronto para a sua quinta luta com as luvas do Ultimate, Rodolfo Vieira acredita que está preparado para alcançar objetivos maiores na divisão dos médios (até 83,9kg). Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, o lutador brasileiro falou sobre a sua evolução na trocação, as lições que tirou de sua primeira derrota no MMA e seus planos para o confronto contra Wellington Turman no UFC 270, que acontecerá no próximo sábado (22).

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“A mudança mais benéfica que eu tive, sem dúvida, foi a chegada do Mano (Santana) aqui em Orlando. Eu estou tendo essa oportunidade de treinar com ele quase todos os dias. Eu não tinha treinador de striker. Eu fiz minhas três lutas no UFC praticamente sem treinador de trocação. Eu fazia meu treino por conta própria e isso já tava ficando ruim para mim, eu já tava me sentindo mal, sabe? Antes da minha derrota (para Anthony Hernandez), eu já estava me sentindo mal. Eu falei: ‘Cara, eu preciso mudar. Eu já estou indo para a minha terceira luta”. Antes dessa luta, eu já sabia o que queria mudar, independente de vitória ou derrota. Aí aconteceu aquela m** daquela luta, eu perdi feio para caramba. Na hora, quando acontece, você fica triste, fica muito abalado. Mas depois, você para pra pensar friamente e hoje eu vejo que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para mim, foi aquela derrota. Me ajudou muito, me fez crescer muito”.

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Evolução na trocação

“Eu quero ficar bom em pé, lógico. Até para eu não ficar tão prevísivel como eu era antes, desde a minha primeira luta até minha derrota. Por mim, se eu pudesse ganhar a luta sem encostar no cara na luta em pé, eu faria. Hoje, eu já estou com outra mentalidade pela confiança que eu tenho ganhado, melhorando mais os meus fundamentos, melhorando os golpes que eu acho que são importantes para mim e já estou ganhando mais confiança, cara. Estou aprendendo a me movimentar melhor, a me defender melhor sem aquele receio de botar para baixo. O meu foco sempre vai ser o jiu-jítsu, só que eu acho que quando eu for pegando mais confiança, melhorando em pé, isso vai me beneficiar demais, porque vai ser difícil lutar comigo. É difícil lutar com um cara que derruba bem, tem um jiu-jítsu bom e que está confiante na trocação, se defende bem.”

Ainda tem medo de tomar soco?

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“Na verdade, não é bem medo de porrada. É medo de tomar uma porrada e cair duro. Mas no treino, o que mais aontece comigo é tomar porrada. Na luta, eu entro muito mais cauteloso. Hoje em dia não, eu entro para lutar MMA, hoje em dia eu não entro mais com aquele ‘senso de urgência’.

Lições da derrota para Anthony Hernandez

“Isso foi outra coisa boa que eu tirei daquela luta, do espancamento que eu levei. Que foi perceber que eu tinha resistência. Mesmo ‘morto’, eu estava no meu limite, tomanda porrada de tudo que era jeito e eu tava em pé. Eu não estava acreditando que eu estava conseguindo ficar em pé ali. O negócio tava feio para o meu lado, ao mesmo tempo, eu não queria desistir”

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A invencibilidade era um peso?

“Sim, ajudou, mas era uma coisa que eu não ficava pensando muito. Eu sempre encarei todas as lutas como se fosse a primeira, a mais importante. Sempre encaro minha próxima luta como a mais importante, então, não era uma coisa que eu ficava pensando: ‘Ah, eu estou invicto’. Não era uma coisa que eu levava com responsabilidade e pudesse me atrapalhar”.

Preparação para o duelo contra Wellington Turman

“Eu tive bastante tempo para me preparar para essa luta, tive tempo para treinar todas as áreas. Eu estou me sentindo muito bem, muito bem. Se tiver que trocar por 15 minutos, ficar em pé, eu vou ter condições de ficar. Meu jogo agarrado melhorou muito, meu jogo de queda, meu jiu-jítsu. Tá tudo muito bom, do jeito que a gente estava esperando ficar”.

Já viu brechas no jogo de Turman?

“Sim. Claro que não dá para a gente falar agora, mas já percebemos algumas coisas que ele dá mole e a gente está trabalhando bastante em cima disso.

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Expectativa para o duelo

“Eu acredito que eu vá finalizar, no primeiro ou no segundo round. Ele (Wellington Turman) é um cara duro no jiu-jítsu né? A gente ainda não viu ele de costas no chão, ninguém ainda derrubou ele, até porque, ele tem um nível alto de jiu-jítsu. Mas eu acredito que eu vá finalizar ele até o terceiro round. Eu luto para isso, né? Mesmo eu sendo do jiu-jítsu e a galera de lá ter a fama ruim de fazer luta chata. Não que eu faça isso para os outros, eu não estou preocupado, eu quero chegar lá e fazer uma luta segura para mim, uma luta que me agrade. Eu não quero fazer uma luta que agrade a todo mundo, porque é o ‘meu’ que está ali na reta. Mas eu acredito que com o coração que eu tenho, com as condições que eu tenho hoje, eu vá fazer uma grande luta no sábado que vem”.

Evolução rápida na carreira

“Eu me considero um cara muito abençoado, de muita sorte. Claro que eu sempre trabalhei muito, desde a época de jiu-jítsu. E quando eu decidi ir para o MMA, eu me entreguei 100% ao esporte, porque eu realmente queria me dedicar só a isso, ficar bom. Tive alguns imprevistos, como esse de falta de treinador na parte que eu mais precisava. Esses dias mesmo, eu tava pensando: ‘Caramba, eu comecei a treinar em 2016, sem ter feito nada, no máximo umas manoplas, batia saco. Eu nunca tinha feito um sparring mesmo, nunca. Sparring duro, de MMA, eu nunca tinha feito. Comecei a treinar em junho de 2016, oito meses depois, eu estava fazendo a minha estreia no profissional e em 2019 eu estava estreando no UFC. As coisas aconteceram muito rápido. No início foi um pouco estranho para mim, mas agora, eu estou conseguindo lidar melhor, estou correndo atrás do tempo perdido. Eu sei que eu posso melhorar muito, sei que eu posso ser muito bom nisso, eu acho que por ter tido esse sentimento que não me fez parar algumas vezes no passado, mesmo quando eu tava ganhando, antes de entrar no UFC”.

Pensou em desistir do MMA?

“Sim, teve. Porque eu não conseguia me sentir confortável né? Então, era uma situação bem ruim e mesmo ganhando, eu pensei seriamente algumas vezes em parar. Eu pensava: ‘Cara, acho que essa p*** não é para mim. Eu não consigo me sentir confortável’. Beleza, eu gosto de treinar, eu gosto de ganhar, mas eu não posso ficar com esse desconforto todo. Só que eu fui aprendendo a lidar um pouco mais e sempre insistia um pouquinho mais, eu me dedicava mais. Aí eu fui indo, fui indo e hoje eu estou aqui. Estou indo para a minha quinta luta no UFC, praticamente metade da minha carreira agora tá no UFC. Então, eu tenho uma margem de crescimento muito grande ainda. De tudo, de força, de técnica, tem muita coisa para eu melhorar, então, com a cabeça que eu tenho e os profissionais certos do meu lado, eu acredito que tem muita coisa ainda para eu melhorar e muito trabalho ainda pela frente”.

Expectativas para 2022

“Podem esperar um Rodolfo bem motivado, bem melhor que o anterior, do que ano passado. E com muita vontade de lutar, com muita vontade de estar ativo. Esse ano eu quero, se deus permitir, eu continuar saudável do jeito que eu estou. Quero estar bem ativo ali dentro do UFC, buscar fazer mais lutas, porque desde quando eu comecei, eu sempre fiz duas lutas por ano. Eu também estava muito preocupado com a minha evolução, eu não queria ficar lutando, lutando. Eu estava muito preocupado com a minha evolução técnica, mas, agora eu estou sentindo mais confiante, mais maduro, então, esse ano, eu quero fazer diferente. Se tudo der certo, fazer três lutas, talvez quatro. E quem sabe entrar no ranking depois de fazer um trabalho legal”.

Sobre Rodolfo Vieira

Contratado pelo Ultimate em 2019, Rodolfo já fez quatro lutas com as luvas do Ultimate e conseguiu três vitórias e uma derrota. Seu próximo combate será contra o compatriota Wellington Turman, no UFC 270, que acontece no próximo sábado (22). O lutador brasileiro possui um cartel de oito triunfos e um revés no MMA profissional.

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