André Sergipano comemora vitória dominante no UFC 276 e revela encontro com Adesanya em Las Vegas

Agora como top-10 dos médios, o brasileiro enalteceu sua chegada na elite da divisão e contou detalhes do encontro com o campeão Israel Adesanya

Agora integrante do top-10 da divisão dos médios (até 83,9kg), o brasileiro André Sergipano não esconde a felicidade com o ótimo momento que vive no Ultimate. Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, o atleta tupiniquim enalteceu sua vitória sobre Uriah Hall no UFC 276, fez um planejamento para chegar na sonhada disputa de cinturão e comentou sobre o encontro com o campeão Israel Adesanya no Instituto de Performance, em Las Vegas (EUA).

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Esperava ser tão dominante contra Uriah Hall?

“A gente sempre espera o pior né? Pelo menos eu penso dessa maneira. Na verdade, eu não espero o pior, eu me preparo para o pior. Mas, eu estudei bastante o Hall, tanto eu quanto os meus técnicos e baseado nas derrotas dele, montamos uma estratégia de eu me movimentar bem e sempre cortar a passada dele para ele não conseguir trabalhar os diretos e sabendo que a envergadura era minha e que isso iria incomodar ele. Aí, chegou na hora da luta e deu tudo certo, eu nem poderia encurtar muito, se não poderia bater de frente com o direto de encontro, então, eu fiquei controlando a distância, batendo, incomodando, encurralando ele contra a grade o tempo todo. Mas, eu fiquei surpreso pelo meu domínio, eu esperava que eu fosse tomar mais umas porradas, tomei poucas porradas. Mas, tudo isso, é fruto de muito trabalho, eu venho trabalhando a muito tempo, camp atrás de camp, evoluindo, buscando evolução e tá dando tudo certo por causa disso”.

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O que faltou para finalizar?

“Acho que foi mérito total dele, eu tentei várias transições, eu até perdi algumas posições, o professor me deu um puxão de orelha depois…Teve uma hora que eu estava montado, tentei um triângulo e ele escapuliu, tentei pegar o pescoço, teve uma hora que eu fintei um encaixe de triângulo de mão, ele percebeu e voltou para defender a posição. Não tinha muito o que fazer, quando o cara fica muito com esse anti-jogo e fica com medo, restrito, aí fica difícil. O jiu-jítsu só flui quando o cara quer escapar ou fluir. Quando o cara começa a só se bloquear e fechar e, realmente, ele é mais forte do que eu fisicamente. Tinha situações que ele segurava o meu braço e eu não tinha o que fazer. Então, mérito dele que soube se defender muito bem e eu não mudaria nada (no meu jogo) não, eu fiz todos os ataques possíveis, sem me arriscar”.

Vitória dominante é melhor do que vitória rápida?

“Ah, com certeza. Eu acho que mostrei muita coisa para a divisão nessa luta. Eu mostrei que sou um cara inteligente, que posso trabalhar durante os três rounds, troquei, na medida do possível, com um cara que tem vários nocautes na carreira e que já trocou com vários nomes, então, eu mostrei que estou evoluindo na minha parte em pé, no controle de distância, melhorando meu muay-thai e meus chutes, foi uma experiência muito boa para mim, me deu uma experiência, uma bagagem ainda maior dentro do octógono. Todo mundo pode falar o que for, mas só quem entrou ali é quem sabe, a pressão é muito grande. Você chegar ali e colocar o seu potencial, usar tudo o que você sabe, demora um tempo. Eu estou evoluindo, devagar, mostrando o meu trabalho, tanto na parte de trocação, quanto de quedas. Mostrei várias quedas diferentes dessa vez, então, para mim, foi uma grande performance”.

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Qual é o seu ‘recado’ para a divisão com as vitórias?

“Que eu sou um atleta que procura a luta agarrada, mas que não tem medo da luta e está disposto, do começo ao fim da luta, tentar encerrar ela. Se você pegar a luta (contra Uriah Hall) round a round, eu tinha vencido o primeiro e o segundo, e quando começou o terceiro eu continuei indo para cima, buscando e seguindo com a estratégia. Acho que a estratégia de sempre pressionar o adversário é importante e é o que eu venho buscando”.

Vantagem na luta agarrada contra a elite da divisão?

“Eu não vejo vantagem nesse momento não, ainda mais nessa divisão. Se eu conseguir continuar evoluindo a minha parte em pé, para conseguir trocar com esses atletas que estão ai na elite, mesmo que por um momento, de igual para igual, para conseguir encaixar o meu jiu-jítsu, aí eu vou ter uma vantagem, uma superioridade ali no chão. Mas essa demanda, leva um tempo, então vamos correr atrás para evoluir isso e poder, na próxima luta, mostrar algo diferente pro público”.

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Melhor jiu-jítsu do peso médio?

“Não, cara. Esse título aí eu dei para o Rodolfo (Vieira). Meu objetivo é o ser o lutador com mais finalizações na história do peso médio (até 83,9kg). Esse é o meu objetivo e é o que eu vou buscar. Mas, eu fico muito grato, por ter gente enaltecendo o meu jiu-jítsu, eu fico muito feliz. Nesse final de semana, eu escutei de um cara que é referência para mim, o (Rodrigo) Minotauro: ele disse que eu tenho um dos melhores no jiu-jítsu no UFC e na minha divisão. Então, para mim, é ser reconhecido por essas pessoas que eu tenho como referência, então, se o Minotauro falou isso para mim, já está de bom tamanho”.

Quantas lutas faltam até o cinturão?

“Eu acredito que com duas vitórias, eles possam me dar a oportunidade de lutar pelo cinturão. Duas ou até três, dependendo de como forem essas vitórias. Com mais duas vitórias, eu completo sete consecutivas, dependendo de como acontecerem as coisas na parte de cima, eles vão pensar: ‘Ah, ele está com sete vitórias seguidas, só tem ele pra disputar o cinturão’.

Próximo desafio?

“No momento, após a luta, o Derek Brunson era o foco. Mas agora que passou a luta, já surgiram outras oportunidades. A gente sabe que o (Sean) Strickland está sem luta, que o (Jared) Cannonier está sem luta. Tudo depende de como a organização vai querer que eu trabalhe, né? Se eles quiserem em adiantar, vão me dar o Cannonier ou algum outro cara lá da frente. Eu pedi o Derek Brunson, mas a gente sabe que ele não quer lutar, falou que talvez iria voltar no segundo semestre. Independente, eu quero lutar com alguém que esteja na minha frente no ranking, quanto mais acima tiver, pra mim é melhor”.

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Encontro com Adesanya em Las Vegas

“Eu encontrei com ele (Adesanya) lá no Instituto de Performance do UFC, a gente se deu ‘umas duas olhadas’, mas, ele é um cara não só por trás das câmeras, mas por dentro também que é muito fechado. O Israel é um cara mais fechado, não sei se é a cultura dele, mas ele é mais fechado a qualquer tipo de conversa”

Houve alguma troca de palavras?

“Não, a gente estava lá na sala de fisioterapia, eu tinha acabado de chegar de viagem, depois daquelas 14 ou 15 horinhas de avião do Brasil para Las Vegas. Eu estava lá fazendo uma massagem para soltar a musculatura, ele (Adesanya) chegou lá e olhou para mim, eu olhei para ele, ele fez cara de b*sta, eu pensei ‘Para mim, não muda nada, meu objetivo é te bater”

Sobre André Sergipano

Agora décimo colocado do ranking dos médios, Sergipano ainda não foi derrotado com as luvas do Ultimate. Desde a sua chegada na organização, em agosto de 2019, o atleta tupiniquim emendou cinco triunfos consecutivos. André possui o cartel de 23 triunfos e quatro reveses no esporte.

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