ESPECIAL: De Vegas ao Brasil ou Japão, relembre as ‘primeiras vezes’ do UFC

Como aquecimento para pontapé inicial no México, SUPER LUTAS traz primeira parte da relação com estreias nos primeiros anos da organização até sua compra pela Zuffa

França mantém proibição ao MMA

Octógono mais famoso do planeta teve trajetória marcada por estreias memoráveis. Foto: Josh Hedges/UFC

Neste sábado (15), o UFC dá mais um importante passo em seu projeto de expansão global e monta sua suntuosa estrutura pela primeira vez no México. Com a disputa do cinturão interino dos pesos pesados entre o brasileiro Fabrício Werdum e o neozelandês Mark Hunt no UFC 180, a maior organização de MMA do planeta dá seu passo inicial no importante mexicano. Mas essa não será a primeira vez que o octógono estreará em um novo mercado.

A história do Ultimate Fighting Championship está marcada por “primeiras vezes” memoráveis, que definiram a trajetória da organização e também marcaram cidades, países e continentes. Por isso, o SUPER LUTAS preparou para você um especial em duas partes com as estreias mais notáveis na trajetória de 20 anos do UFC.

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1993: Estados Unidos

Royce (dir.) parte pra cima de Gegard Gordeau (esq.) na final do UFC 1. Foto: Holly Stein/UFC

Royce (dir.) parte pra cima de Gegard Gordeau (esq.) na final do UFC 1. Foto: Holly Stein/UFC

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A primeira vez do UFC na história também foi a primeira vez do evento nos Estados Unidos. A cidade escolhida para receber o novíssimo torneio que definiria qual arte marcial era a mais eficiente foi Denver, no estado do Colorado, por possuir uma legislação mais flexível e permissiva com relação à promoção de eventos esportivos.

Cerca de 7.800 pessoas compareceram à “McNichols Sports Arena” para assistir ao campeonato de uma noite que sagrou o brasileiro Royce Gracie, e seu Gracie jiu-jítsu, como campeão da primeira edição do Ultimate Fighting Championship após três vitórias rápidas por finalização. A noite daquele 12 de novembro foi o pontapé inicial para uma tortuosa, mas bem sucedida, trajetória que culminou na criação de um novo esporte, já que naquela época o termo MMA sequer existia. Mas o resto, como dizem, é história…

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1996: Porto Rico

Pôster do polêmico UFC 8, com destaque para Shamrock e Leopoldo. Foto: Reprodução

Pôster do polêmico UFC 8, com destaque para Shamrock e Leopoldo. Foto: Reprodução

Com um percurso errático em seus primeiros anos de vida, o UFC chegou a sua oitava edição em 1998 e se preparou para sua primeira incursão internacional – embora isso tenha acontecido em um “território sem personalidade jurídica” ou “estado livre associado” dos EUA. A cidade escolhida foi Bayamón, em Porto Rico.

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Apesar da novidade com relação ao local, a edição ficou marcada mesmo por ter sido o estopim de uma polêmica que culminou com uma forte campanha de oposição que motivou a proibição do UFC em diversos estados norte-americanos. O próprio governo porto-riquenho havia assinado uma legislação proibindo a realização do show, mas o torneio acabou sendo realizado.

A competição, mais uma vez realizada no sistema de torneio eliminatório entre oito lutadores, foi vencida pelo membro do Hall da Fama do UFC Don Frye, que passou por Thomas Ramirez, Sam Adkins e Gardy Goodridge para faturar o título. O evento ainda contou com uma superluta entre Ken Shamrock e Kimo Leolpoldo, vencida por Shamrock por finalização.

1997: Japão

R. Couture (dir.) ostenta o cinturão inaugural dos pesados. Foto: Reprodução

R. Couture (dir.) ostenta o cinturão inaugural dos pesados. Foto: Reprodução

Se para alguns a visita a um estado livre associado não pode ser considerada de fato uma viagem internacional, um ano depois do evento em Porto Rico o UFC foi para o outro lado do mundo. Coincidentemente no momento em que nascia o PRIDE no Japão, o Ultimate desembarcou pela primeira vez na “Terra do sol nascente” com o card do UFC 15.5, também conhecido como “Ultimate Japan”.

E mais uma vez, adivinhe, a estreia do UFC em uma nova casa foi histórica. Para abrilhantar a noite e chamar a atenção do público local, a organização assinou com a estrela do pro-wrestling japonês Hiromitsu Kanehara. Porém, Kanehara sofreu uma lesão a poucos dias do evento e foi substituído pelo seu companheiro de treinos, até então desconhecido, Kazushi Sakuraba – aproximadamente 15 kg mais leve que os rivais que enfrentaria no torneio peso pesado.

Logo em sua primeira luta, Sakuraba se viu diante de uma grande polêmica. O árbitro Big John McCarthy interpretou erroneamente um movimento do japonês e deu vitória para o brasileiro Marcus Silveira por nocaute técnico. Analisando o vídeo posteriormente, o juíz voltou atrás, transformou o resultado em um “no contest” e contou com a sorte para que uma revanche entre Silveira e Sakuraba fosse realizada ainda na mesma noite, na grande final, devido ao corte do lesionado Tank Abbot. Na segunda chance, Sakuraba não deu chance para Silveira e venceu o brasileiro por finalização logo aos três minutos de luta, conquistando o torneio peso pesado.

Falando na categoria até 120 kg, o Ultimate Japan foi o palco da conquista do primeiro título da divisão, que ficou com Randy Couture após a vitória por decisão unânime dos juízes sobre Maurice Smith. Já que a noite era dos pesos pesados, o brasileiro e ex-campeão do torneio do UFC 12 Vitor Belfort também lutou na noite e venceu Joe Charles por finalização.

1998: Brasil

Sequência de Vitor sobre Wand foi a cena mais marcante do UFC Brasil em 1998. Foto: Divulgação

Sequência de Vitor sobre Wand foi a cena mais marcante do UFC Brasil em 1998. Foto: Divulgação

Pode ter demorado muito para que o UFC voltasse ao Brasil, mas o país fez parte da história da organização bem cedo. Além de ser a terra-natal de um dos fundadores do evento e do campeão de três das quatro primeiras edições, o Brasil foi o quarto país – atrás de EUA, Porto Rico e Japão – a receber uma noite de lutas. Conhecido por aqui naquela época ainda como torneio de vale-tudo, o UFC 17.5, ou “Ultimate Brazil”, aconteceu no dia 16 de outubro de 1998, no Ginásio do Canindé, em São Paulo (SP).

Uma das grandes novidades introduzidas no card brasileiro foi a ausência dos tradicionais torneios de uma noite, algo que só havia acontecido anteriormente no UFC 9 e não se repetiria novamente até o modelo ser abandonado definitivamente. Apesar de contar com grandes nomes na programação, como o futuro Hall da Fama Pat Miletitch, Frank Shamrock, Tank Abbot e Jeremy Horn, a grande luta da noite foi mesmo entre os brasileiros Wanderlei Silva e Vitor Belfort.

Duas estrelas ascendentes naquele tempo, Wanderlei e Vitor pisaram no octógono sob o prognóstico de fazerem uma das lutas mais eletrizantes da noite. E o fizeram, durante os 44 segundos de duração do combate. Até hoje está marcada na história do esporte a sequência fulminante de Vitor Belfort sobre Wand, que aplicou dezenas de socos ininterruptamente no rival para garantir o nocaute e faturar a vitória. Outra cena que ficou gravada do duelo foi a invasão do ringue após o triunfo de Vitor, cuja popularidade disparou ainda mais daí em diante.

2001: Las Vegas

Grande estrela da época, Tito Ortiz defendeu seu cinturão na estreia em Vegas. Foto: Divulgação

Grande estrela da época, Tito Ortiz defendeu seu cinturão na estreia em Vegas. Foto: Divulgação

Hoje Las Vegas é a casa do UFC, tendo sido sede de 86 dos 218 eventos já promovidos pela organização. Mas este casamento perfeito só começou quando a Zuffa, empresa comandada por Dana White e os irmãos Fertitta, assumiu o controle da organização. Foram quase oito anos de existência e 35 eventos realizados até que o Ultimate finalmente desembarcasse na “Cidade do pecado” pela primeira vez em 28 de setembro de 2001, somente 17 dias após os ataques terroristas ao edifício “World Trade Center” em Nova York.

Mesmo sendo um momento marcante para a organização, o card do UFC 33 é lembrado pelo presidente Dana White como o pior já promovido na história. Seja pela proximidade com um evento tão trágico para o país, o que fez com que tudo mais ficasse em segundo plano, ou pelo fato de todas as lutas do card principal terem ido para a decisão dos juízes, o que fez com que muitas transmissões em sistema de pay-per-view fossem cortadas antes do fim da exibição, o fato é que a noite foi um fiasco sem precedentes.

O card teve nomes como os dos futuros campeões Chuck Liddell, que venceu o brasileiro Murilo Bustamante, e Matt Serra, que passou por Yves Edwards. Na luta co-principal, Jens Pulver manteve o cinturão dos leves ao vencer Dennis Hallmann. Já no evento principal da noite, o campeão dos pesos meio-pesados e grande estrela da organização naquela altura Tito Ortiz defendeu seu título ao vencer o bielorrusso Vladimir Matyushenko.

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