Sonnen admite uso de substâncias proibidas e culpa mudança nas regras por doping

Lutador critica procedimento de Comissão de Nevada: ‘Preciso escolher entre ser saudável ou ser um esportista’

Sonnen disse que quer enfrentar 'os caras que têm as maiores vitórias', mas não deixou de provocar Wand

C. Sonnen (foto) era um dos principais atletas a usarem o TRT. Foto: Josh Hedges/UFC

Poucas horas após o anúncio de que seu exame antidoping surpresa, realizado no final de maio, deu positivo, Chael Sonnen se manifestou pela primeira vez sobre o assunto. O norte-americano admitiu ter ingerido substâncias proibidas, mas afirmou só o ter feito devido à mudança de regras imposta pela própria Comissão Atlética de Nevada (NSAC).

Nesta terça-feira (10), a NSAC revelou que o exame de Sonnen continha anastrozol e clomifeno, duas substâncias presentes na lista de proibições da WADA, a Agência Mundial Antidoping. A primeira é considerada uma inibidora de aromatase, também aplicada após o uso de esteroides; já a segunda auxilia o aumento da produção de testosterona por parte do organismo.

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Por ter hipogonadismo, Sonnen era usuário da terapia de reposição de testosterona (TRT), prática que foi banida no começo do ano. Em entrevista à rádio norte-americana “FOX Sports Radio”, o lutador atribuiu a presença das substâncias em seu organismo à proibição da TRT, já que ele precisava se adequar às novas regras.

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“Mudaram o regulamento em Nevada, proibindo a TRT. E eu era um usuário. Então, todos nós tivemos de passar por uma fase de transição. Para isso, eu tive de tomar algumas substâncias: uma delas é chamada de clomifeno e a outra é hCG [gonadotrofina coriônica humana]. Então, foi isso que eu fiz. Eu tirei meu time de campo nesse meio tempo – como eu não lutaria, eu não pediria por uma licença. Você precisa esperar para poder atravessar a rua”, afirmou Sonnen.

“Neste período, me fizeram o teste [antidoping surpresa, no dia 24 de maio]. Eu testei positivo nessas substâncias, e era isso que deveria acontecer. Eu tomei essas substâncias, elas estavam em meu sistema. Isso não era surpresa. Não são substâncias anabolizantes, não são esteroides, não são PEDs [sigla, em inglês, para Drogas de Melhoria de Performance]. Não é nada disso. Mas eles alegam que são substâncias proibidas. Em meu caso, eu estava fora de competição. Não foi algo que eu apresentei no dia da luta. Eu estava fora de competição por conta de uma regra que eles mudaram. Não era segredo que eu tinha tomado essas substâncias. É isso o que você precisa tomar quando deixa de fazer a TRT. É algo de que eu preciso para ter uma vida saudável. Então, basicamente, eles estão me dizendo que eu preciso escolher entre ser saudável ou ser um esportista. É um problema pessoal e eu não queria dividir isso com ninguém, mas eu estou tendo problemas de fertilidade”, continuou o lutador.

Por conta do resultado do exame, Sonnen deverá comparecer a uma audiência para dar os devidos esclarecimentos. Contudo, é improvável que isso aconteça antes do dia 5 de julho, quando enfrentaria Vitor Belfort no UFC 175. “Eu fico frustrado nesse sentido. Eles podem me ouvir, podem concordar comigo, mas, pelas regras, eu preciso ir à audiência. E sabe-se lá quantos dias isso vai demorar. Eu tenho uma luta em 30 dias, então não há como a audiência acontecer antes disso”, lamentou Sonnen.

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Originalmente, Sonnen enfrentaria Wanderlei Silva no UFC 175, mas o brasileiro foi retirado do combate por ter se negado a fazer o antidoping surpresa. Seu substituto foi Belfort, que ainda não está 100% garantido na luta, pois precisa receber a licença para lutar em Las Vegas. O “Fenômeno” também foi reprovado em um antidoping surpresa realizado em fevereiro, antes da proibição da terapia de reposição de testosterona (TRT) no MMA.

Esta foi a segunda vez que Sonnen foi reprovado em um exame antidoping. Em 2010, após sua primeira luta contra Anderson Silva, o norte-americano foi detectado com um nível elevado de epitestosterona no organismo, o que lhe rendeu uma suspensão de um ano.

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