Ainda cumprindo suspensão, Pezão projeta retorno ao UFC em setembro

Ex-desafiante do cinturão se recupera de cirurgia no ombro e faz sua análise para o combate entre Werdum e Velasquez

Pezão (foto) espera retornar ao UFC em setembro. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC/

Pezão (foto) espera retornar ao UFC em setembro. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC/

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Sem lutar desde o final do ano passado, Antônio Pezão já pensa em seu retorno ao UFC. O paraibano, que está suspenso após ter sido flagrado no exame antidoping em seu último combate, espera fazer sua próxima luta em setembro, justamente quando estará liberado para retornar ao octógono.

Em dezembro, Pezão fez uma luta histórica contra Mark Hunt em Brisbane, na Austrália. Após cinco rounds de intensa disputa, com momentos de destaque para os dois lutadores, o combate foi declarado empate na decisão dos juízes. Porém, o brasileiro, adepto na época à terapia de reposição de testosterona (TRT), apresentou um nível elevado do hormônio ao seu organismo, o que lhe rendeu uma suspensão de nove meses.

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Em conversa por telefone com a reportagem do SUPER LUTAS, Pezão detalhou o progresso de recuperação após sua recente cirurgia no ombro, refletiu seu período afastado das lutas e comentou o futuro duelo entre Fabrício Werdum e Cain Velasquez pelo cinturão. Confira:

No momento, você ainda está cumprindo suspensão e não poderá lutar nos próximos meses. Como anda a sua rotina?

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Minha rotina está focada na recuperação do meu ombro, já que fiz uma cirurgia no final de janeiro. Estou focado nisso para poder voltar 100%, então ainda não estou podendo fazer um treinamento mais forte de wrestling ou jiu-jitsu. Mas o que eu posso fazer, estou fazendo. Venho trabalhando bastante na parte cardiovascular com meu preparador físico, mas meu foco está quase todo voltado à recuperação do meu ombro.

Você ia fazer essa cirurgia de qualquer jeito ou aproveitou a suspensão para fazê-la?

Era uma coisa que eu tinha que fazer, porque vinha me incomodando bastante desde antes da luta com o Mark Hunt. Mas, depois de tudo o que aconteceu, aproveitei o momento e já adiantei logo a cirurgia, já que eu sabia que ficaria nove meses parado.

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Como é lidar psicologicamente como fato de estar suspenso? Te dá aquela “coceira” para voltar logo às lutas?

Sempre sinto essa vontade de voltar. Eu amo o que faço, amo lutar, sinto um prazer enorme de entrar no octógono e fazer o que eu mais gosto. Desde os meus quatro anos de idade eu estou nas artes marciais, eu nasci para isso. É difícil principalmente quando se é penalizado por um erro que não foi seu. É muito triste botar a cabeça no travesseiro sabendo que precisa deixar de lado aquilo que você mais gosta por uma coisa que não foi culpa sua. Mas nada na vida é por acaso e eu tinha que passar por isso. Aprendi a aceitar mais e, se Deus quiser, vou voltar com tudo.

Pezão derrotou Overeem em 2013. Foto: Divulgação/UFC

Pezão derrotou Overeem em 2013. Foto: Divulgação/UFC

Já existe alguma conversa sobre seu retorno com o UFC?

Cinco meses ainda é muito tempo para o UFC oferecer um oponente. Muita coisa pode rolar ainda, a categoria dos pesos pesados ainda pode se movimentar bastante nesse tempo. Creio eu que [o UFC irá oferecer uma luta] quando faltar uns três meses.

E existe algum adversário específico em quem você está de olho?

O que eu quero é lutar com os melhores. É o que eu sempre quis, ficar próximo do topo. Há vários atletas com quem eu possa lutar, mas eu não tenho preferência. Sou motivado a desafios e eu tenho que estar treinado, focado, para poder fazer uma boa luta em setembro.

Sua próxima luta será a primeira desde que a TRT foi banida do esporte. Você usou da TRT em seu último combate. Como você espera que será seu rendimento daqui para frente?

Na realidade, eu sempre lutei sem a terapia. A primeira vez que eu tentei foi agora, mas aconteceu o que aconteceu. Mas em minhas lutas anteriores, contra o Overeem, contra o Fedor, Arlovski, Velasquez, Travis Browne, todas lutas eu estava sem a TRT. Mas é lógico que eu tenho sempre que melhorar [fisicamente]. Não tenho mais 20 anos de idade, eu tenho 34. Era uma necessidade médica, eu preciso da reposição, e, por isso, fiz o pedido na minha última luta. Infelizmente deu no que deu, mas, se foi proibida, vou continuar lutando e fazer o que eu gosto.

Luta entre Hunt e Pezão terminou em empate. Foto: Divulgação/UFC

Luta entre Hunt e Pezão terminou em empate. Foto: Divulgação/UFC

Já se passaram alguns meses desde sua luta contra o Hunt. Depois de passada a empolgação pelo combate, que análise você faz?

A luta foi como eu quis. Acho que eu não mudaria nada, porque também teve muito mérito do Hunt. Eu tentei colocá-lo para baixo, mas não consegui. A partir do momento que eu vi que estava com essa dificuldade, decidi morder o protetor e cair para dentro. Gosto de luta dura, aguerrida, que levanta o público. Muita gente comentou depois que foi um lutão, porque a gente tentou acabar com a luta mesmo quando faltavam alguns segundos. O Mark Hunt é um grande lutador, tem um queixo duríssimo, uma lenda do K1. Eu não mudaria nada, foi tudo perfeito dentro daquilo que eu consegui fazer.

No último sábado (19), o Werdum superou o Travis Browne e ganhou o direito de disputar o cinturão com o Velasquez. Você já enfrentou tanto o Velasquez quanto o Werdum, então, o que dá para esperar?

É difícil de prever. Já tive a oportunidade de lutar com os dois atletas e acredito que vá ser uma luta muito difícil para ambos. O Werdum a cada dia vem melhorando – ele não é só um atleta de chão, ele é um atleta completo, com uma trocação melhor a cada dia que passa. Do chão não tem nem o que falar: é o melhor chão do MMA. Todo mundo viu ele derrubando o Travis Browne, que tinha 100% de sucesso em defesa de quedas. Mas, é aquela coisa. O Velasquez é bastante perigoso. Ele não é tão bom de chão, mas controla bem. Vou estar na torcida pelo brasileiro, mas não vai ser uma luta fácil.



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